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Burn Rate: como monitorar o fluxo de caixa e avaliar a taxa de queima

Imagine você medir o ritmo ou a velocidade que sua empresa está gastando o dinheiro em caixa. O que você faria com essa informação? Para dar algumas ideias, você poderia avaliar quanto tempo seu negócio pode operar antes de precisar de novos investimentos, ajustar despesas para prolongar a sustentabilidade financeira ou até planejar estratégias de crescimento com mais segurança.

O burn rate é justamente “o cara” - ou melhor, o indicador - que mostra a você a taxa na qual sua empresa consome o capital disponível. Para startups e negócios em crescimento, acompanhar esse número é essencial para evitar surpresas financeiras e garantir que haja tempo suficiente para captar novos recursos ou alcançar a lucratividade.

Quer saber o que é burn rate, como calculá-lo e como ele pode melhorar a gestão da sua organização? Continue a leitura!

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    O que é o burn rate?

    Traduzido literalmente para o português, burn rate é a taxa de queima. Refere-se à velocidade com que uma empresa está gastando dinheiro - ou queimando - para cobrir suas despesas operacionais até que comece a gerar receita suficiente para alcançar a rentabilidade (ou seja, antes de ter um caixa positivo). 

    Na essência, então, burn rate nada mais é do que a diferença entre receitas e despesas em um determinado período. Mais especificamente:

    1. Você pega o dinheiro que sua empresa tem em caixa em um determinado mês;
    2. Você soma com a quantia que entra decorrente das vendas neste mesmo mês;
    3. Desse resultado, você subtrai as despesas do seu negócio.

    Além de medir o quanto de dinheiro uma empresa gasta por mês, essa métrica é amplamente utilizada tanto por empreendedores quanto por investidores para estimar o tempo que um negócio pode seguir funcionando antes de atingir um fluxo de caixa positivo ou esgotar o seu capital operacional e, assim, necessitar de novos investimentos para manter-se.

    Destacamos ainda que o burn rate é um indicador crucial para todas as empresas, em especial para as startups, as quais têm maior probabilidade de operar com prejuízo durante suas fases iniciais de crescimento. 

    Por que a taxa de queima é importante para a gestão financeira?

    Você entendeu que o burn rate revela a velocidade com que o negócio está consumindo seus recursos. Saber disso é de suma importância, pois permite entender o equilíbrio entre as despesas operacionais e receitas geradas.

     O burn rate não é apenas um número — é um termômetro da saúde financeira da sua empresa. Ao monitorá-lo de perto, você entende se o crescimento das receitas está acompanhando o investimento na aquisição de clientes, identifica custos operacionais que podem ser ajustados e descobre o momento ideal para buscar novos aportes.

    A taxa de burn rate tem tudo a ver com a saúde financeira de uma organização. Por esse motivo, mantê-la sob controle é essencial para evitar que ela fique sem dinheiro e garantir sua sobrevivência a longo prazo. Afinal, se a queima de caixa for desproporcional e constante, pode indicar um modelo de negócios insustentável ou dificuldades para alavancar as vendas, reduzindo a atratividade da sua empresa no mercado de investimentos.

    Via de regra, então, anote aí: se o dinheiro que sai é maior do que o que entra, significa uma taxa de queima do caixa

    Destacamos ainda que a beleza por trás do burn rate é que ele pode indicar que a empresa está com gastos excessivos. Assim, ele aponta para uma necessidade de cortes orçamentários necessários.

    Burn rate e break even point

    Conhecido também por ponto de equilíbrio financeiro, o break even point é o ponto em que as receitas totais se igualam com a soma dos custos e despesas. Ou seja, é quando uma empresa consegue ficar no zero a zero, isto é, sem prejuízo, mas ainda sem lucro.

    Enquanto o break even point marca o momento de equilíbrio financeiro, o burn rate atua como um indicador que mostra o tempo necessário para a empresa atingir o ponto de equilíbrio entre receitas e despesas. Por isso, monitorar ambos é essencial para garantir que o seu negócio tenha fôlego suficiente para crescer de forma sustentável e atrair investidores.

    Explicamos com mais detalhes sobre o breakeven neste artigo. Ao ler o conteúdo, você verá que o ponto de equilíbrio financeiro está diretamente ligado com a margem de contribuição e lucratividade. Pensando nisso, criamos uma planilha para ajudar você a descobrir qual o faturamento mínimo mensal necessário que sua organização precisa. Clique na imagem e baixe-a gratuitamente:

    Modelo para cálculo de Margem de Contribuição e Lucratividade

    Burn rate e Ciclo de Conversão de Caixa

    Outra relação que você precisa entender é do burn rate com o Ciclo de Conversão de Caixa (CCC). Este último responde a uma pergunta crucial para qualquer negócio: quanto tempo o meu negócio leva para transformar investimentos em estoque ou serviços em dinheiro no caixa? 

    Em suma, quando uma organização possui um CCC curto, significa que ela consegue ser ágil e eficiente e transformar recursos em dinheiro. Desse modo, a empresa gere receita mais rapidamente, reduzindo a necessidade de capital externo para cobrir despesas.

    Já um CCC longo aponta para o fato de que a organização demora mais para recuperar o dinheiro investido nas operações, o que pode aumentar a dependência de caixa e pressionar o burn rate. Portanto, a regra é: 

    Para saber mais, não deixe de ler:

    👉 Ciclo de Conversão de Caixa: o que é e como otimizar?

    Como calcular o burn rate?

    Existem duas abordagens simples para obter esse indicador, dependendo do horizonte de análise desejado.

    1. Cálculo mensal da taxa de queima

    Para descobrir o quanto sua empresa está gastando a cada mês, basta subtrair a receita mensal das despesas do período:

    Burn Rate = Despesas do mês – Receita do mês

    Esse cálculo oferece uma visão imediata da queima de caixa e é amplamente utilizado por empresas que precisam monitorar sua saúde financeira no curto prazo.

    Exemplo: imagine que uma startup teve, em janeiro, R$ 200 mil em despesas operacionais e gerou R$ 80 mil em receita. O cálculo do burn rate mensal será:

    Burn Rate = Despesas do mês – Receita do mês
    Burn Rate = R$ 200.000 – R$ 80.000
    Burn Rate = R$ 120.000

    Isso significa que, nesse mês, a startup queimou R$ 120 mil do caixa para cobrir suas operações. Esse dado ajuda a avaliar por quanto tempo os recursos disponíveis durarão e se há necessidade de ajustes financeiros.

    2. Cálculo anual da taxa de queima

    Outra forma de calcular o Burn Rate é analisá-lo em um período maior, geralmente ao longo de um ano. Esse método é especialmente útil para empresas com mais de um ano de operação, pois permite identificar tendências financeiras e embasar projeções estratégicas.

    Burn Rate = Saldo financeiro no início do ano – Saldo financeiro no final do ano

    O resultado indica o total consumido ao longo do período. Para encontrar a média mensal, basta dividir esse valor por 12.

    Exemplo: suponha que uma empresa começou o ano com um saldo financeiro de R$ 5.000.000 e, ao final de 12 meses, esse saldo foi reduzido para R$ 3.500.000. O cálculo anual do burn rate será:

    Burn Rate = Saldo inicial do ano – Saldo final do ano
    Burn Rate = R$ 5.000.000 – R$ 3.500.000
    Burn Rate anual = R$ 1.500.000

    Para encontrar a média mensal, basta dividir o resultado por 12:

    Burn Rate mensal = R$ 1.500.000 ÷ 12
    Burn Rate mensal = R$ 125.000

    Nesse caso, a empresa queimou em média R$ 125 mil por mês ao longo do ano. Com esse cálculo é possível identificar tendências financeiras e planejar a captação de investimentos ou ajustes estratégicos.

    Como usar a taxa de queima para prever o futuro financeiro da empresa?

    Já dizia o filósofo que os números, sozinhos, não dizem nada. Brincadeiras à parte, o burn rate é uma métrica que diz muito sobre a sustentabilidade financeira empresarial. Ao analisar a taxa de queima, é possível estimar por quanto tempo o caixa disponível será suficiente para cobrir os custos antes que seja necessário buscar novos investimentos ou ajustar as despesas. 

    Para explicar melhor, vamos pegar o primeiro exemplo do cálculo de burn rate. De acordo com o resultado encontrado, a startup estava queimando R$ 120 mil por mês. Agora, suponha que o caixa disponível seja de R$ 600 mil. Por quantos meses a empresa conseguirá operar sem captar novos recursos? A resposta é:

    Tempo de sobrevivência = Caixa disponível ÷ Burn Rate mensal
    Tempo de sobrevivência = R$ 600.000 ÷ R$ 120.000
    Tempo de sobrevivência = 5 meses

    Em termos práticos, com esse resultado entendemos que, se nada mudar, a startup do nosso exemplo terá apenas cinco meses antes de ficar sem dinheiro. Consegue entender como essa informação é importante?

    Se como dono de negócio, empreendedor ou financeiro você fez a sua lição de casa, já sabe que esse dado ajuda a pensar em diferentes ações que podem ser tomadas, como:

    👉 Vender menos e lucrar mais: veja como isso é possível

    O que é um bom burn rate?

    Você fez o cálculo do burn rate e agora quer saber: qual é a taxa de queima ideal? A recomendação geral é que um bom burn rate permite um runway adequado (runway é o tempo que a empresa pode operar antes que o caixa acabe). Normalmente, um runway de 12 a 18 meses é considerado seguro para startups, garantindo tempo para ajustes e novas captações.

    É importante lembrar que o burn rate ideal depende muito da fase da empresa. Por exemplo, uma startup em estágio inicial tende a ter uma taxa de queima mais alta, pois investe em crescimento antes de gerar receita suficiente. Por outro lado, negócios com mais maturidade precisam reduzir essa queima e buscar equilíbrio financeiro.

    No entanto, como isso pode variar muito de negócio para negócio o ideal é equilibrar crescimento e sustentabilidade, de modo a garantir que a empresa tenha tempo suficiente para alcançar o break even ou captar novos investimentos antes que as operações fiquem comprometidas.

    Uma dica aqui é verificar se a taxa de queima está alinhada ao planejamento financeiro. Nesse sentido, faça a pergunta: “o caixa disponível cobre as operações por um período seguro, sem a necessidade imediata de novos aportes?

    Ainda, tenha em mente que, se o tempo para transformar investimentos em receita for longo (ou seja, um Ciclo de Conversão de Caixa Alto), um burn rate alto pode ser arriscado.

    Burn rate ideal tem que ser baixo?

    Nem sempre. Quando o assunto é burn rate, é normal imaginarmos que ele precisa ser o mais baixo possível. Todavia, um bom burn rate não significa gastar o mínimo possível, mas sim queimar caixa de forma estratégica.

    Uma empresa com uma baixa taxa de burn rate pode significar que não está investindo o suficiente em marketing, tecnologia, equipe ou inovação, o que pode limitar sua capacidade de escalar e conquistar novos clientes. Vale lembrar que, em mercados competitivos, negócios que não investem podem perder vendas e ter a sustentabilidade comprometida.

    Por essa razão, o segredo do bom burn rate é monitorá-lo constantemente e ajustá-lo conforme a fase do negócio, o planejamento financeiro e o orçamento.

    Preciso reduzir o burn rate. O que posso fazer?

    Antes de responder a essa pergunta, é importante lembrar que quando se trata de burn rate o indicado é encontrar um equilíbrio entre investir no crescimento e manter a sustentabilidade financeira, garantindo que a empresa continue evoluindo sem comprometer sua viabilidade a longo prazo.

    Se no seu caso a taxa de queima está acelerada e precisa ser reduzida, estas dicas podem ajudar:

    Sobre a última dica, é recomendado um dashboard financeiro, pois além de ele oferecer uma visão clara e instantânea da situação financeira da empresa, ajuda a identificar padrões e tendências que podem ser cruciais para o controle do burn rate e o planejamento de ações corretivas a tempo.

    Se quiser um dashboard para chamar de seu, utilize Business Intelligence (BI) da Treasy. Com a plataforma, você tem acesso a recursos como:

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    Concluindo

    Você entendeu o que é burn rate e como calculá-lo. Viu também que uma taxa de queima saudável é tudo uma questão de equilíbrio e depende do planejamento financeiro e orçamentário. No fim do dia, o que é bom para sua organização pode não ser exatamente ideal para outra.

    Caso precise reduzir a taxa de burn rate, analise as dicas que demos. Falando em dicas, não esqueça de olhar para o fluxo de caixa e fazer projeções de cenários para antecipar necessidades de pagamento e identificar períodos de escassez de recursos. 

    Não sei se você sabe, mas projetar cenários é algo que faz parte da Metodologia Treasy de Gestão Orçamentária. Caso queira conhecer mais, participe da Jornada da Meta ao Resultado. São 5 aulas gratuitas para você aprender o passo a passo para planejar os resultados de sua empresa. Tudo isso com base em uma metodologia validada com centenas de clientes.

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