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Controller Cast #50 – Como analisar e planejar negócios da Nova Economia, com Rodrigo Fernandes

Análise e Planejamento para Nova Economia

No contexto atual, onde empresas da nova economia ganham cada vez mais espaço, profissionais com formação financeira tradicional podem enfrentar alguns desafios ao terem que se adaptar a essa nova realidade. Pensando nisso, quais pontos-chaves um profissional que veio de um mercado mais tradicional precisa ter em mente? O que ele deve entender para se dar bem? O que não pode faltar? 

Para conversar sobre o assunto, no episódio #50 do Controller Cast convidamos Rodrigo Fernandes, reconhecido como uma das principais autoridades em finanças da nova economia no Brasil. Ele é também CFO da Pingback e mentor no G4 Educação. Além disso, atua como advisor ou membro do conselho em empresas de destaque como Tânia Bulhões, Kobana, Yampi, Safie e Templo Educação.

Eficiência não é estratégia”, é apenas um dos insights que Rodrigo compartilhou conosco. Para ouvir o episódio na íntegra, é só clicar no botão “play” abaixo, pelo Spotify ou também pelo Youtube:

Abaixo um resumo do que rolou no Controller Cast:

 

A mudança de mentalidade dos profissionais financeiros na nova economia

Profissionais de finanças que migram para o mercado da nova economia enfrentam um desafio particular: a necessidade de olhar para o DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) de forma diferente. Rodrigo explica que em negócios tradicionais o foco costuma estar nas despesas e no lucro líquido, enquanto nas empresas digitais, a análise da receita se torna tão fundamental quanto entender as despesas. 

Isso porque, como ele comenta, a visão de um negócio da nova economia é focada no cliente. Por outro lado, as empresas tradicionais pensam muito mais em termos de produtos e território. 

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Mudança de mentalidade = intencionalidade

Essa diferença de mentalidade faz com que empresas da nova economia sigam o raciocínio: “eu tenho aqui um orçamento de R$ 100 mil. Se eu conseguir mirar na aquisição de bons clientes, eu vou estar gerando mais valor para o meu negócio do que se eu estivesse simplesmente atirando para qualquer lugar e trazendo clientes de valor mediano”. 

Ele finaliza a explicação dizendo: “acho que o ponto é a intencionalidade da estratégia que você está fazendo”.

Cliente como unidade atômica

A visão centrada no cliente é uma necessidade prática para empresas da nova economia. Diferente de lojas físicas, onde o cliente pode permanecer anônimo, o ambiente digital exige a identificação do comprador para a realização de qualquer transação. Esse processo permitiu uma compreensão mais profunda do cliente como uma entidade única e fundamental para a saúde do negócio.

Por isso, métodos como o cálculo do LTV (Lifetime Value) tornaram-se essenciais para entender o valor agregado de cada cliente ao longo do tempo. Rodrigo usa o conceito de “cliente como unidade atômica” de valor, o qual representa a base da análise financeira em negócios digitais. Em termos de valuation, o valor da empresa pode ser interpretado como a soma do LTV de seus clientes atuais e futuros, com ajustes para custos fixos, custo de capital e outros fatores.

Por falar em valuation, se você precisar, aproveite o modelo gratuito que preparamos para avaliação do valor de empresas. Para acessá-lo, clique no banner abaixo e faça o download:

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As três alavancas do crescimento: atração, retenção e monetização

No cerne da estratégia financeira para empresas da nova economia estão três alavancas operacionais. Elas formam a base de valor para negócios digitais e impactam significativamente o valuation da empresa. Confira:

Para Rodrigo, as alavancas são particularmente valiosas porque permitem ações diretas que aumentam o valor do negócio de forma mensurável. No planejamento orçamentário de fim de ano, por exemplo, essas alavancas devem ser o foco das estratégias de crescimento e previsão de resultados.

Estruturando o orçamento: um novo olhar para o planejamento de empresas na nova economia

Em empresas da nova economia, o processo de orçamentação exige uma visão dupla: uma perspectiva tradicional focada no lucro e uma segunda, voltada para os investimentos em aquisição de clientes.

Com relação à primeira, é como se fosse uma visão vertical. Refere-se a focar na operação básica da empresa, aquela que deve gerar lucro sustentável com uma margem significativa. Nesse cenário, considera-se a operação excluindo a máquina de aquisição de clientes, ou seja, a análise do DRE sem os custos de marketing e vendas relacionados a novos clientes.

A segunda trata a aquisição de clientes como um investimento estratégico com retorno de médio e longo prazo. Nesta perspectiva, avalia-se o Retorno sobre o Investimento (ROI) da aquisição, tratando esses gastos como impulsionadores de crescimento e não como despesas convencionais. 

Conforme pontua Rodrigo, ao combinar as duas perspectivas, o profissional de finanças obtém uma visão completa da operação e do potencial de crescimento do negócio. 

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Erros cometidos no processo de planejamento

Na experiência de Rodrigo, um erro muito comum no planejamento financeiro é a empresa partir logo de um crescimento de receita na primeira linha. Para ele, as organizações precisam entender que o crescimento é fruto de:

Ele explica que para fazer o planejamento financeiro, as empresas da nova economia precisam modelar o crescimento da base de clientes. Rodrigo comenta que isso “é um produto do quanto você investe em marketing, que vai trazer um número de clientes de acordo com o seu CAC (Custo de Aquisição do Cliente) e da sua perda de clientes pelo churn”.

Gostou da conversa?

Esse é apenas um resumo do papo que tivemos com Rodrigo. No episódio completo, ele aborda os maiores desafios de medir a criação de valor em empresas na nova economia, comenta sobre as sutilezas do churn, compartilha insights que obteve no estudo State of SaaS LatAm, a visão dele sobre a Inteligência Artificial e muito mais! 

Para ouvir o Controller Cast na íntegra, vá até o início do artigo ou acesse-o pelo Spotify.

Se você ainda não conhece, o Controller Cast é um podcast onde discutimos temas de Finanças e Controladoria ou de interesse dessas áreas, trazendo ideias e exemplos práticos. Tudo por meio de entrevistas com profissionais que estão fazendo a diferença no mercado. Você pode ouvir os demais episódios aqui.